quarta-feira, 6 de junho de 2007

Sem Título- Escultura em Ferro-70x50x45 (Júlio Pêgo)


A escultura , como expressão de arte, tem sido objecto de culto ao longo da história humana. Desde a representação da fertilidade, através da figura de mulher, até aos nossos dias tem tido um longo caminho, estilizações, metamorfoses, materialização simbólica e abstracções.
O homem, na busca do perpéctuo, tem utilizado os mais diversos materiais: pedra,mármore, ouro,terracota, bronze, madeira, ferro, passando pelos mais recentes materiais de poliesteres. Julio Gonzalez, nos primórdios do sec. XX, deu grande relevo à escultura em ferro.David Smith, nos E.U.A. legou-nos peças monumentais.
As velhas dicotomias de forma e conteúdo, espírito e matéria, estão ultrapassadas pela investigação moderna. A forma, como construção do espaço e matéria, apresenta-se e manifesta-se em equilíbrios das massas, tons, relevos, volumes, espessura, uniões, captação de luz, sombras, movimento, contorno, jogo de vazios, no primado de que tudo é forma. A obra de arte só existe enquanto forma, sendo ela a própria arte. É por isso que a obra fala por si, dispensando títulos. A forma tem um sentido próprio, intrínseco: possui, em si, um conteúdo formal . A vida da forma corporiza-se na matéria ,através do grande instrumento que é a mão, utizando outros mais instrumentos.
A escultura, pela sua natureza tridimensional, tem um volume interno e uma massa exterior. Contudo, a forma nem sempre se superioriza à massa passiva. Esta, pelas suas características, "pode impor à forma a sua própria forma ", segundo Henri Focillon.
Júlio Pêgo

3 comentários:

Maria José disse...

Obrigado pelo seu texto, muito didáctico.
MªJosé

Unknown disse...

Uma escultura pequena que parece enorme...
Fernando

Impensamental disse...

sim parece enorme, bom dia